A cruz e a caldeirinha

alma

Eu acredito que todos os seres vivos são como dedos de uma mesma mão. Interligados em sua essência.

Que assim como na natureza tangível nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, na natureza etérea assim também o seria.

Nossos corpos, após perderem a fagulha de energia que nos mantém vivos, se decompõem em suas mais mínimas partículas que se fundem ao todo inerte que as cerca e então, passam a integrar novas vidas. Assim, para mim também parece plausível que nossa energia vital, ao esvair-se de nossos corpos físicos, se decomponha e se funda ao todo de energia que nos cerca, misturando nele o eco de tudo o que sentiu, fez, viu e aprendeu, somando-se aos ecos de todos os outros seres que morreram e, nessa amálgama, talvez surjam novas fagulhas que tornarão vivos novos seres.

Acredito que nesse caldeirão entraria toda a energia de tudo o que um dia já foi o que chamamos de “vivo”, animais e vegetais de todos os tipos. E que, similarmente, toda a energia aí contida poderia ser incorporada a qualquer ser vivo.

O que ocorre é que, como somos seres pensantes, mais do que só a energia vem para nós. Aqueles ecos todos são capturados de alguma forma, e processados e mantidos. Daí o QI médio da população aumentar a cada ano, por exemplo.

Eu acho que carma, anjos e demônios e santos e orixás e espíritos são ou ecos de pessoas que morreram, mas por algum motivo ainda não conseguiram se fundir de volta com o todo (imagino que por terem alguma emoção muito forte que as mantém coesas), ou um fluxo de energia vital causado por uma convicção ou desejo de uma ou mais pessoas que a “puxa” ou “empurra” em algum sentido.

E que, como tudo no fundo está interligado, acessando esse poço comum de energia, talvez consigamos informações – que passamos a chamar de palpite, intuição, telepatia, clarividência, adivinhação, etc.

Para mim, o divino não existe separado desse conceito da energia vital. Não sei dizer se existiria uma consciência autônoma aí; eu creio que não, pelo menos não da forma como concebemos consciência. Mas imagino que, mesmo que houvesse, todos seríamos de alguma forma parte dela e ela parte de nós. Então, basicamente, não sei se acredito na existência de uma Deusa ou Deus, por assim dizer. Não sei mesmo.

Não acredito em céu ou inferno, em evolução de uma alma individualmente falando, ou em reencarnação de um espírito de uma pessoa em vários corpos com o passar dos tempos. Não faz sentido para mim. Creio que redenção, evolução, crescimento… tudo isso deve ser buscado no agora, no aqui, e que tudo se soma ao todo, aproveita a todos, que todos só temos a ganhar com a evolução de cada um de nós individualmente.

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